Luto no jornalismo: Silvio Luiz, Antero e Apolinho, lendas da comunicação nos deixaram

Luto no esporte e no jornalismo: Washington Rodrigues, Antero Greco e Silvio Luiz nos deixaram nesta semana, deixando um legado substancial para os amantes de futebol
Luto no jornalismo: Silvio Luiz, Antero e Apolinho, lendas da comunicação nos deixaram (Imagem: Divulgação/ Só na Bola)
Luto no jornalismo: Silvio Luiz, Antero e Apolinho, lendas da comunicação nos deixaram (Imagem: Divulgação/ Só na Bola)

Caro leitor, peço desculpas de antemão. Nesta matéria irei me desprender da objetividade jornalística, afinal, não mencionar a emoção e o sentimento de saudade é uma missão árdua para relatar as tristes notícias que abalaram o jornalismo brasileiro. Acredito que, toda pessoa apaixonada por esporte em algum momento de sua vida se sentiu impactada pelo legado de Apolinho, Silvio Luiz e Antero Greco.

Comigo não foi diferente. Não poderia escolher outra carreira a seguir que não fosse o jornalismo, após acompanhar um trecho da carreira desses três expoentes da comunicação, e digo pequeno trecho porquê, só de carreira, os três tiveram mais que o dobro de trajetória do que tenho de vida. Portanto, esta matéria é um tributo à vida e a obra de jornalistas formidáveis, que marcaram seu nome na história e serviram de inspiração para toda uma geração.

Apolinho: Rubro-negro de coração, jornalista de alma

Washington Rodrigues, ou simplesmente Apolinho. O homem que marcou história no radiojornalismo brasileiro, se despediu deste plano na noite desta quarta-feira (15). Em vida, o velho Apolo deixou o legado de profissionalismo e bom jornalismo por onde passou.

Além de radialista, foi repórter e comentarista esportivo. Rubro-negro fanático, viveu um momento peculiar em sua carreira quando foi convidado pelo ex-presidente do Flamengo Kleber Leite para ser treinador do mais querido em 1995. Apolinho extrapolou os limites da comunicação radiofônica, criou bordões que ultrapassaram as quatro linhas.

Quem nunca ouviu a expressão “Foi um chocolate” ? “Mais feliz do que pinto no lixo” ?, “Duelo de cachorro grande”? Todas elas obras de Washington. Quis o destino que a passagem do velho Apolo ocorreria em um dia de goleada do Flamengo, o grande radialista se foi aos 87 anos, entretanto seus bordões, seu carisma e seu talento serão perpétuos.

Apolinho, grande nome do radiojornalismos e rubro-negro de coração (Imagem: Divulgação)
Apolinho, grande nome do radiojornalismos e rubro-negro de coração (Imagem: Divulgação)

Antero Greco: O garoto italiano que conquistou o Brasil

Nascido em família italiana, Antero Greco queria ser jogador de futebol, enquanto sua mãe sonhava em ver o filho usando a batina de padre. Contudo, a vida reservava ao garotinho um outro caminho. Antero sempre foi um comunicador nato, e decidiu cursar jornalismo na Universidade de São Paulo (USP), o que alavancou sua carreira.

Após passar por inúmeros trabalhos, incluindo passagens pela Folha de São Paulo e a Rede Bandeirantes, até chegar na embrionária ESPN em 1994. Com sua alegria e reverência, virou símbolo da emissora. O programa Sportscenter ao lado de Paulo Soares – conhecido como o Amigão – era o carro-chefe da emissora, a dupla se tornou simbiótica, com muito bom humor e seriedade conquistaram o coração de todo o fã de esporte, incluindo o meu. A saudade será eterna do “My friend”, ou como seria chamado por sua Mamma italiana “Il amici di tutti”. Vá em paz, palestrino Antero Greco.

Antero foi um dos grandes nomes do jornalismo ao lado do seu Amigão (Imagem: Divulgação)
Antero foi um dos grandes nomes do jornalismo ao lado do seu Amigão (Imagem: Divulgação)

Silvio Luiz: A irreverência em forma de pessoa

“Pelas barbas do profeta”, “Pelo amor dos meus filhinhos”, “No pauuuu”, “O quê que eu vou dizer lá em casa?”, e por aí vai. Quantos jogos, quantas lembranças adocicadas na voz de Silvio Luiz. Além de narrador, Silvio foi diretor de programas de televisão, apresentador e até mesmo árbitro e ator. O emblemático jornalista cresceu em uma família com viés artístico. Sua mãe Elisabeth foi locutora, enquanto a irmã Verinha Darcy foi uma das primeiras estrelas mirins da televisão brasileira. Todavia, a morte da atriz é controversa, e segundo o próprio Silvio, ela foi assassinada pelo marido em 1979. 

Trabalhando em diversas emissoras, Silvio se tornou um ícone do jornalismo esportivo. Com bordões impagáveis e um modo de narrar peculiar, fez sucesso e entrou no hall dos maiores narradores da história do Brasil. Silvio era tão talentoso e completo que nem sequer precisava gritar gol para transmitir emoção no ápice do jogo. São paulino de berço e botafoguense por encanto, o homem dos bordões com certeza terá um cantinho reservado no coração de todos que já ouviram sua possante voz. 

O adeus misturado com lembranças, as saudades serão eternas

Três vozes, três pessoas, três ícones, com uma só paixão, o futebol. Antero, Apolinho e Silvio vieram com a missão de nos fazer amar ainda mais esse esporte que move multidões. Suas vozes, bordões, risadas e comentários, estarão para sempre marcados, não só na história da comunicação, mas também, do esporte.

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